Com 71% da sua superfície coberta de líquido, a Terra também é conhecida como Planeta Água. Esta “abundância”, no entanto, não despreocupa agricultores, ambientalistas e a população em geral, que precisa do recurso hídrico para sobreviver. É que pouco mais de 2% deste volume é água doce disponível para os múltiplos usos. Para chamar atenção da comunidade internacional sobre a conscientização do uso equilibrado deste recurso que, embora não pareça, é finito, foi instituído o Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março.
Em Barreiras, a data foi comemorada com o reflorestamento da Nascente da Tabua da água Vermelha. A ação integra do Projeto de Preservação e Recuperação de Nascentes, fruto de uma parceria entre produtores rurais, através de entidades de classe como Aiba e Abapa; prefeituras dos municípios da região, SLC Agrícolas e Parque Vida Cerrado. A iniciativa conta com o financiamento do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), que destinou R$ 570 mil, e do Programa para o Desenvolvimento da Agropecuária (Prodeagro), que alocou o aporte de mais R$ 250 mil.
Na semana passada, o município de Baianópolis também foi contemplado com a ação de recuperação de uma nascente. Além disso, foi anunciada a intervenção em pelo menos outros cinco olhos d’água. O objetivo é ajudar a preservar os rios da região, já que eles dependem de suas cabeceiras. A ação contou com a atuação de 17 voluntários – equipe formada por técnicos ambientalistas, estudantes e representantes da sociedade civil – que passaram por três dias de formação para poderem atuar em terrenos assoreados ou degradados.
“Temos trazido ao longo dos anos sustentabilidade em todo processo produtivo, e ações como estas demonstram como o setor rural se relaciona com as questões ambientais, aproximando-o da sociedade, uma vez que a água deve ser tratada não somente como um bem ambiental, mas também de grande valor econômico, cuja utilização deverá ser cautelosa pensando também na sua manutenção para as gerações futuras. Assim, mudamos a visão do setor de como trabalhar as questões ambientais e de maneira paralela também muda a visão da sociedade sobre o setor agrícola, vendo que os produtores estão realmente preocupados em ampliar a preservação e/ou recuperação quando necessário”, declara a diretora de Meio Ambiente da Aiba e uma das coordenadoras do projeto, Alessandra Chaves.
Desde que foi criado, em 2017, o Projeto já identificou 143 nascentes localizadas nas redes hidrográficas das bacias do Rio Grande, Corrente e Carinhanha, das quais 77 foram diagnosticadas com necessidade de receber algum tipo de manutenção. Até o momento, já foram totalmente recuperadas 37 nascentes entre os municípios de Barreiras, São Desidério, Baianópolis, Correntina, Formosa do Rio Preto, Jaborandi, Mansidão, Wanderley e Cocos. A expectativa é recuperar mais de 40 nascentes até o final deste ano.
Agregando ao macro projeto de recuperação e preservação das nascentes, o Parque Vida Cerrado, em conjunto com a equipe técnica da Aiba, está conduzido um programa de educação ambiental que formará uma rede educacional, através da sensibilização e participação das comunidades ribeirinhas. “O processo de educação ambiental é uma ferramenta imprescindível para que o programa consiga, de fato, atingir as comunidades e que elas possam se encarregar dessas nascentes e que os cuidados durem mesmo após a finalização do projeto”, expressa a coordenadora de educação ambiental do Parque Vida Cerrado, Gabrielle Bes da Rosa.
Ascom Aiba
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