Aumenta a preocupação dos produtores com os incêndios florestais no período da seca

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Os meses de julho, agosto e setembro têm sido marcados, no panorama agropecuário da região oeste da Bahia, pelo registro de um grande número de focos de calor, por incêndios florestais, com alguns deles atingindo grandes proporções. Os impactos são sentidos, fortemente, no meio ambiente, com a queima de áreas com vegetação nativa; na saúde da população, com o aumento de doenças respiratórias e na produção do campo, pela perda direta de extensas áreas de lavouras, pastagens e produtos armazenados, afetando, também, a camada mais fértil do solo, o que gera consequência para a produtividade de safras futuras. Em decorrência da gravidade do problema, o governo federal publicou no Diário Oficial da União, na edição da última quinta-feira, 16, um decreto que proíbe o uso do fogo, por 120 dias, em áreas rurais de todo o território brasileiro, ficando autorizadas as queimas controladas quando imprescindíveis à realização de práticas agrícolas. A mesma medida foi tomada no ano passado, durante 60 dias, e refletiu na redução, em 16%, dos focos de incêndio. Entre as poucas exceções para o emprego do fogo em áreas rurais, definidas pelo documento, está o controle fitossanitário, mas só pode ser executado com comprovada autorização dos órgãos competentes. A preocupação dos produtores rurais com as queimadas não é recente. Nos últimos anos o debate em torno do assunto se aprofundou, principalmente nas visitas itinerantes realizadas em comunidades rurais, pela Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba). A união dos produtores tem se transformado em ações efetivas desde 2014,quando foi implementado o monitoramento contínuo de focos de calor em uma área de 790 mil hectares entre os municípios de Barreiras, Luís Eduardo Magalhães e São Desidério. Por conta dessa estratégia, ao longo do tempo, tem diminuído o impacto do fogo nos empreendimentos rurais em áreas com vegetação nativa e áreas produtivas. “Os danos causados pelo lançamento, em vegetação seca, de um simples toco de cigarro aceso, uma fogueira ou um palito de fósforo, podem chegar a proporções gigantescas. Todos têm que compreender e se conscientizar que incêndios florestais podem perder o controle e trazer prejuízos materiais, ambientais e humanos. Por isso é algo que deve ser evitado”, diz Celestino Zanella, presidente da Aiba. A diretora de Meio Ambiente e Irrigação da Aiba, Alessandra Chaves, ressalta a importância da não utilização do fogo neste período crítico, destacando que a sua utilização deverá ser precedida de  apresentação da Declaração de Queimada Controlada (DQC), documento obrigatório, conforme prevê a legislação ambiental. “Além da DQC, durante sua utilização do fogo, quando imprescindível em qualquer período, alguns cuidados devem ser tomados a exemplo de treinamento das brigadas para o  combate, manutenção de aceiros, informar aos vizinhos a data e o horário da prática, atenção à direção do vento e à temperatura”, pontuou. Uma das mais relevantes ações, em relação à prevenção aos incêndios, é o Programa Bahia Sem Fogo, apoiado pela Aiba e por órgãos ambientais do Estado e de municípios da região Oeste. O programa vem executando diversas ações de monitoramento e combate, com o auxílio do Prevfogo, do Ibama e do Corpo de Bombeiros. Para obter mais informações, consulte o GUIA DE BOAS PRÁTICAS PARA PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS EM PROPRIEDADES RURAIS, disponível também eletronicamente: https://aiba.org.br/wp-content/uploads/2017/10/Folder-Queimadas.pdf  

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