O cenário climático do Oeste da Bahia mudou drasticamente na última semana, transformando a preocupação com a seca em alerta para uma provável enchente, como a que atingiu a região em 1979. Só nos primeiros 21 dias do ano, choveu 379 mm em Barreiras – mais que o esperado para todo o mês de janeiro –, o que resultou no alagamento de ruas e transbordamento de rios.
O diretor de Águas e Irrigação da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Cisino Lopes, acredita que, se continuar chovendo com a mesma intensidade dos últimos dias, este mês de janeiro pode ter precipitação semelhante a do mesmo período de 1979, que foi de 512 mm, a máxima registrada até hoje.
“A previsão para os próximos dias é de mais chuva, por isso acredito que até o final do mês atingiremos ou superaremos esse índice. É a natureza cumprindo o seu ciclo, a sua trajetória, e o homem pouco pode intervir nisso”, disse.
Segundo Cisino, a chuva também mudou a paisagem no campo: as lavouras raquíticas começaram a reagir e já mostram um cenário animador, apontando para uma safra razoável nos meses a seguir. Isso vai ajudar a manter os milhares de empregos diretos e indiretos gerados pelo agronegócio, além de aquecer o comercio da região.
“Até bem pouco tempo, os agricultores tentavam fixar suas lavouras em um clima seco, que insistia em evitar que as sementes germinassem ou as que germinaram sofressem atraso no seu crescimento. Era uma situação desesperadora, mas eles não se deram por vencido e insistiram, com o replantio, que, ao que tudo indica, vai garantir uma boa safra”, destaca.
De acordo com o serviço meteorológico, deve continuar chovendo no Oeste da Bahia nos próximos dias, já que uma frente fria se desloca para a região. A mudança drástica no clima já era esperada, desde que um fenômeno natural em forma de uma nuvem de poeira avermelhada anunciou com antecedência a chegada do temporal.
Ascom Aiba
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