Evento reúne especialistas para debaterem técnicas conservacionistas e inovação no agronegócio
O solo é o grande patrimônio do produtor rural. Por isso, cuidar dele é garantir a manutenção da atividade agrícola. Com esta consciência, a categoria tem investido cada vez mais em boas práticas de manejo e de fertilização do solo, visando não só aumentar a produtividade como também praticar uma agricultura sustentável. As técnicas conservacionistas foram tema do Fórum de Inovação em Agronegócio, na última quarta-feira (21), em Luís Eduardo Magalhães. O evento, promovido pela Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) e pela Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação (Febrapdp), reuniu especialistas renomados, produtores rurais, discentes e docentes do curso de agronomia.
Os benefícios do Sistema de Plantio Direto (SPD) deram a tônica do encontro. A prática, segundo comprovam pesquisas, proporciona o melhoramento dos solos arenosos, também chamados de solos leves, já que aumenta a concentração de matéria orgânica na terra, propiciando maior disponibilidade hídrica e de nutrientes.
“O plantio direto impede erosões no solo e auxilia no acúmulo de matéria orgânica, além de fazer o balanço de carbono, o que favorece o sistema radicular das plantas para que elas tenham mais acesso à água e aos nutrientes. Além disso, as raízes servem de estrutura para segurar esse solo, dando a ele mais firmeza”, explicou o pesquisador Juca Sá, doutor em solos e nutrição de plantas, ao citar outras práticas conservacionistas, a exemplo da a rotação de cultura e dos sistemas integrados de produção.
Segundo a bióloga Marie Bartz, representante da Febrapdp, outra vantagem destas técnicas de manejo é a conservação da biodiversidade da fauna no solo, proporcionando a procriação de insetos e microrganismos fundamentais para a fertilidade do solo. “Cada espécie tem o seu papel e dá a sua contribuição ambiental”, reforçou, enquanto fazia demonstrações na estação de campo.
Com cerca de 70% das lavouras com cobertura vegetal (palhada), o Oeste baiano é modelo de agricultura de baixo impacto, o que permite dizer que a região mantém uma produção sustentável, com pouca pressão nos recursos naturais. O sucesso do modelo agronômico se deve à junção das boas práticas de manejo com técnicas de fertilização natural.
“Uma alternativa com menor custo para o produtor e menor impacto ambiental tem sido a adição de pó de rocha como fertilizante, uma matéria-prima abundante no Brasil e com eficácia comprovada”, informou o produtor rural Eduardo Manjabosco, ao apresentar os resultados das suas lavouras, que integra a agricultura com pecuária.
Segundo o presidente da Aiba, Celestino Zanella, o evento cumpriu o seu intuito de mostrar soluções sustentáveis e fomentar a adoção de tais práticas conservacionistas, visando a sustentabilidade da agricultura. “O produtor é por natureza alguém persistente. E se não fosse pela teimosia desse homem o Oeste não seria essa potência produtiva que é hoje, pois quem passou aqui há 40 anos não imaginava ver o que hoje está aí, e isso se deve a muito trabalho, pesquisa e investimento em fertilização de solo e boas práticas”, resumiu.
Ascom Aiba
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