Referência em produção sustentável, o Oeste da Bahia tem servido de exemplo para outros polos produtivos no Brasil. O modelo de agricultura adotado na região, que agrega práticas conservacionistas de solo e água, atrai os olhares não só do setor agrícola como também de órgãos públicos. Em visita ao Oeste baiano, o secretário estadual de Meio Ambiente, João Carlos Oliveira, e a diretora geral do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Márcia Telles, estiveram, nesta terça-feira (3), na sede da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) para conhecer as ações de sustentabilidade promovidas pelos produtores rurais.
Conscientes de que cuidar do meio ambiente é uma atribuição de cada indivíduo, os agricultores têm feito a sua parte, sendo parceiros do governo do Estado em muitas ações. A categoria, através da Aiba, mantém projetos que garantem a preservação e recuperação de nascentes, a prevenção e combate a incêndios em vegetação nativa, entre outros.
Para tanto, dispõe de Centro Ambiental equipado com sistema de inteligência e profissionais multidisciplinares que acompanham a legislação vigente, incluindo consultas em Diários Oficiais dos Municípios, Estado e União, que trazem informações específicas sobre outorgas de uso da água, autorizações de supressão de vegetação nativa e licenças; monitoram, via satélite, o uso e ocupação do solo da região, incluindo as áreas de produção e áreas conservadas com vegetação nativa; além do acompanhamento continuo sobre a ocorrência de focos de calor a fim de minimizar o impacto na região, e gerar dados confiáveis para o setor rural e para a comunidade em geral.
“A tecnologia tem que ser usada de maneira proativa, como os agricultores do Oeste baiano têm feito. Vocês estão de parabéns, porque a prevenção é mais eficiente e menos onerosa do que o combate. Só este ano, nós [governo do Estado] gastamos R$ 3,8 milhões com aeronaves para combater incêndios florestais. Me dá uma angústia quando penso que poderíamos ter investido tudo isso em Educação Ambiental e campanhas preventivas”, comentou o titular da SEMA, João Carlos Oliveira.
A diretora de Meio Ambiente e Irrigação da Aiba, Alessandra Chaves, ressaltou que as ações da Associação têm como premissa o fomento do cumprimento legal e da adoção de boas práticas agrícolas em todas as atividades conduzidas no empreendimento rural, e ao longo do tempo têm promovido a transferência de conhecimento e de tecnologia entre os produtores rurais.
“O produtor rural da região oeste tem demostrado em diferentes ações a importância da sustentabilidade para a condução do seu empreendimento rural, tendo como prioridade ampliar os níveis de produção, atendendo os requisitos legais com o menor impacto possível”, disse, ao citar que o Brasil é considerado um dos países que apresentam condições de aumentar a produção agropecuária para suprir a demanda mundial por alimentos, e que a região oeste da Bahia apresenta um grande potencial para o fortalecimento desta produção, uma vez que reúne tecnologia, inovação, além de condições favoráveis de solo, pluviosidade e recursos hídricos.
O Cadastro Estadual Florestal de Imóveis Rurais (Cefir) – denominação dada no estado da Bahia para o Cadastro Ambiental Rural (CAR) – em áreas de divisas de estados; a ampliação do efetivo do Corpo de Bombeiros na região oeste da Bahia; o fortalecimento da agricultura do pequeno produtor, através da transferência de tecnologia; e a parceria para fortalecer o Centro de Referência em Recuperação de Áreas Degradadas (Crad) – uma iniciativa da Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob) apoiada pela Aiba – entraram na pauta do encontro.
Também participaram da reunião o presidente da Aiba, Celestino Zanella; o coordenador regional do Inema em Barreiras, Saul Reis; o Tenente-Coronel BM Lusquinhos e toda equipe do Centro Ambiental.
Ascom Aiba
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