Preços médios das principais commodities seguem com tendência de alta
![](http://aiba.org.br/wp-content/uploads/2021/05/Soja-Materia-LIF-1024x682.jpeg)
Em julho, apesar da acomodação nas exportações, alguns produtos do agronegócio brasileiro alcançaram volumes recorde de exportação ao longo do primeiro semestre de 2021: café, açúcar, algodão e carne suína. No acumulado do ano, de janeiro a julho de 2021, os produtos com maior variação positiva nos preços médios foram a soja (28,6%), a carne bovina (12,2%), o açúcar (14,7%), a madeira (15%) e o milho (22,2%).
“A produção de café e açúcar pode ser prejudicada por problemas climáticos, pois também foi em decorrência da falta de chuva que houve o atraso do plantio da soja, e a geada comprometeu parte da segunda safra de milho. O Brasil tem uma participação significativa na comercialização dessas commodities e uma queda no volume de exportações tem impacto nos preços futuros desses produtos”, avaliou o diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac/Ipea), José Ronaldo Souza Júnior.
Problemas sanitários em alguns países contribuíram para aumentar as exportações brasileiras de carnes suínas e de frango (neste caso, houve diversificação dos países importadores). “A China continua liderando a lista dos principais países importadores de carne suína brasileira. Mas, o destaque dessa vez foi para o aumento das exportações para a Argentina e o Uruguai, que aumentaram suas exportações de carne bovina, e compensaram a demanda doméstica por proteína animal com carne suína do Brasil”, observou Ana Cecília Kreter, pesquisadora associada do Ipea e uma das autoras do estudo.
![](http://aiba.org.br/wp-content/uploads/2021/01/capa-8-e1628777276807.jpg)
O complexo soja – que inclui soja em grão, farelo e óleo de soja – segue liderando as exportações. Em julho, a queda de 8,8% no volume exportado foi compensado pelo aumento de 21,6% no valor, na comparação com julho de 2020. Os preços médios do grão tiveram alta de 28,6%.
![](http://aiba.org.br/wp-content/uploads/2021/01/capa-9-e1628777224465.jpg)
O preço médio do milho teve alta de 27,6% em julho, apesar da queda de 36,4% em valor e 50,2% em quantidade, frente ao mesmo mês de 2020. A recuperação nos preços do grão vem acontecendo desde janeiro deste ano, com crescimento de 22,2% no acumulado do ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior. A queda na produção doméstica devido aos problemas climáticos tem limitado a capacidade exportadora do Brasil.
O açúcar foi o segundo produto (depois do milho) que apresentou maior queda na quantidade exportada (25%) em julho deste ano frente a 2020. Apesar da queda de 10,9% no valor, fechou o mês com alta de 18,9% nos preços médios. No acumulado do ano, houve alta de 21,6% no valor, 6% na quantidade e 14,7% no preço médio. As estimativas das safras brasileiras e europeia estão sendo impactadas pela redução da área plantada e por conta de incertezas em relação ao clima (stress hídrico).
As mudanças climáticas também são responsáveis pela queda nas estimativas para a produção do café. A Conab e o IBGE revisaram para baixo suas estimativas de safra 2021/2022 no país. Devido à bienalidade negativa, as estimativas já eram mais baixas que as da safra passada. Apesar da queda de 15,9% na quantidade e 1,2% no valor do grão em relação à julho do ano passado, houve aumento de 17,5% no preço médio. No acumulado do ano, houve alta de 12,8% no volume embarcado e 15,2% no preço, na comparação com mesmo período do ano passado.
![](http://aiba.org.br/wp-content/uploads/2021/06/LSPA_HOME_AgroBrazil.jpg)
O aquecimento da demanda internacional e a valorização da carne suína, desde o início da peste suína africada (PSA) em 2012, fizeram com que essa proteína tivesse aumento de 19% no preço médio em julho e 8,8% no acumulado do ano frente ao mesmo período de 2020. Em volume, houve alta de 1,7% em julho e 14,6% no acumulado do ano frente ao ano anterior.
Fonte: Assessoria de Imprensa e Comunicação / Ipea
Deixe um comentário