A oleaginosa é o carro chefe da produção agrícola da região, que tem a maior produtividade média do País
Por ter começado mais cedo no oeste baiano, o plantio da soja em áreas irrigadas já foi concluído na região. Com isto, as atenções estão voltadas para o cultivo do grão, em sequeiro, e na previsão do tempo, que traz boas perspectivas para a safra 2020/21. A alta demanda do mercado externo e as condições meteorológicas favoráveis podem conceder ao Brasil, pelo segundo ano consecutivo, o título de maior produtor mundial de oleaginosa, com expressiva participação dos sojicultores baianos.
De acordo com estimativas do assessor de agronegócio e membro do Conselho Técnico da Aiba (Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia), Luiz Stahlke, a semeadura em áreas de sequeiro (que dependem exclusivamente do regime de chuvas) já está bastante adiantada, chegando a quase 70% de todo território dedicado ao cultivo do grão. “Devido às tecnologias de ponta empregadas no Oeste baiano, e a previsão de um significativo volume de chuvas para os próximos dias aqui na região, prevemos que até o final do mês o plantio seja concluído. Teremos no próximo ciclo a maior área plantada e a expectativa de, consequentemente, ter a maior safra colhida”, sugere Stahlke.
As áreas de cultivo das principais culturas da região, segundo dados obtidos pelo Conselho Técnico da Aiba, vão sofrer alterações provocadas pelo comércio exterior, que foi afetado pela pandemia do novo coronavírus. A redução da área do algodão, em 15%, contribuiu para que a área do milho fosse ampliada em 6% e a da soja em 5%. O crescimento do cultivo da oleaginosa é o mais expressivo, representando 80 mil hectares a mais que na safra anterior.
A elevação das exportações para a China, incentivada pela alta do dólar e a entressafra em outros mercados fornecedores, somada ao crescimento da demanda doméstica por farelo e óleo de soja, resultaram na queda dos estoques. O desequilíbrio entre demanda e oferta fez o Brasil zerar as tarifas e importar soja para conter os preços dos derivados do grão no mercado interno. Esses fatores demonstram a relevância econômica da soja que está sendo cultivada nesta safra, com os indicativos de manutenção da demanda.
Com o início do ciclo, marcado pela distribuição regular das chuvas, espera-se uma produção de 6,7 milhões de toneladas de soja no oeste baiano, o que representa um acréscimo de 12%, ou 800 mil toneladas a mais, em relação ao volume produzido no ano anterior. “Se não houver qualquer adversidade, a produtividade média deve atingir 66 sacas de soja por hectare. Em fevereiro, mês mais seco, decisivo para a avaliação do enchimento de grão, teremos uma visão mais clara sobre o potencial produtivo dessa safra”, afirmou Stahlke, que disse, ainda, que o milho e o algodão devem ter produção de 1,8 e 1,2 milhão de toneladas, respectivamente.
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