Em resposta às redes sociais, grupo promove visita ao rio Formoso, em Cocos, e garante normalidade em sua vazão

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Para verificar “in loco” a veracidade de vídeo que vem se espalhando com grande alarde nas redes sociais, um grupo formado pelo prefeito de Cocos, Marcelo Emerenciano, secretários de meio ambiente de Cocos, Agenor Neto, de Jaborandi, Dalmir Neves, representante da Secretaria de Meio ambiente de Correntina, Marcos Rogério Beltrão, produtores rurais e moradores locais, visitaram nesta segunda-feira (16) pontos estratégicos do rio Formoso, que fica na divisa entre os municípios de Cocos e Jaborandi, e concluíram que “não parece se tratar do mesmo rio das imagens”.

O prefeito de Cocos também acredita que o rio Formoso não sofre risco de seca como mostrado em vídeo. “Estamos atentos e vigilantes, por meio da nossa secretaria de meio ambiente, caso haja uma redução drástica na vazão do Formoso, o que estamos seguros de que não está acontecendo”. Morador há 35 anos do Vau do Formoso, comunidade que fica ao lado do rio, Waldemar Rodrigues da Silva, explica que “em todo este tempo, nunca este rio secou. É capaz de terem filmado em outro lugar”, afirma. “Diante da vazão encontrada em três pontos diferentes, considerado normal para esta época do ano, não há relação da denúncia do morador do vídeo, que mostra o rio praticamente seco, e o que vimos e o que também foi relatado pelos moradores da região”, afirma Dalmir, de Jaborandi. Também presente na visita, a engenheira agrônoma da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Glauciana Araújo, reforça que o vídeo em si não comprova que se trata do rio Formoso. “Os dados disponíveis no Sistema Nacional de Informações Hídricas (SNIRH) da Agencia Nacional de Águas demonstram que este ano a vazão do rio está superior ao registrado no ano passado, informação essa confirmada através desta visita. Além disso, ao analisarmos imagens de satélite, o único ponto mais semelhante ao apresentado no vídeo, com a presença de rochas e largura do rio, foi visitado e descartada esta hipótese”, garante. Ela explica também que o grupo visitou o último ponto da captação de irrigação, e o rio manteve a sua vazão normal para esta época do ano. “Neste período do ano, as fazendas estão com as bombas desligadas por ser época de vazio sanitário da soja, quando não se pode plantar, e na fase final da colheita de algodão, milho e feijão, o que dispensa o uso da água para irrigação. Além disso, o gerente das Fazendas visitadas informou que os equipamentos de irrigação da fazenda citada em vídeo não são ligados há cerca de 40 dias, período em que os grãos e fibras precisam reduzir a umidade para serem colhidos. Para o presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Júlio Busato, é preciso verificar a denúncia, que pode prejudicar, de maneira irresponsável, todo o trabalho desenvolvido pelos agricultores da região, que vem garantindo emprego e renda para a região e de maneira sustentável. “Os produtores rurais do oeste baiano respeitam a legislação ambiental e hoje possuem projetos consistentes na conservação da vegetação nas nascentes e margens de rios, além de um estudo que visa mensurar o potencial do aquífero”, afirma ele, ao se referir também a um estudo da Embrapa, que demonstra que no oeste da Bahia, mais da metade da área dos imóveis rurais é destinada para a preservação da vegetação nativa local. Estudo – As entidades dos agricultores – Abapa e Aiba – estão investindo R$ 500.000,00 em um projeto que já recuperou nascentes nos municípios de Correntina, Cocos e Jaborandi, e que vai abranger mais 11 municípios do oeste da Bahia. Visando a segurança hídrica da região oeste da Bahia, os agricultores, ainda estão apoiando um estudo científico do potencial hídrico da região que envolve a quantificação e monitoramento das águas subterrâneas, superficiais e estudo do solo no que se refere ao uso, ocupação e influencia na recarga dos mananciais hídricos. As informações obtidas através deste estudo serão disponibilizadas para a sociedade em geral e subsidiará a gestão dos recursos hídricos de maneira a garantir o uso da água para o consumo humano e produção de alimentos de maneira sustentável. O estudo do potencial hídrico é realizado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade do Nebraska (UNL) em parceria com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA), Secretaria de Agricultura, Irrigação, Pecuária, Pesca e Aquicultura (SEAGRI), Secretaria de Infraestrutura Hídrica (SIHS) e o Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA).
Imprensa Abapa

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