Em reunião ocorrida na sede da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), na manhã desta segunda-feira (10), o Conselho Técnico da entidade realizou o 2° Levantamento da Safra 2020/2021. A apuração revelou mais uma excelente colheita de grãos e fibra na região oeste, com direito a recorde de produtividade. Na ocasião, Orestes Mandelli assumiu a presidência do Conselho, em substituição a Landino Dutkievicz, falecido no mês de março, em decorrência da Covid-19.
“Mais uma vez a região alcança destaque nacional na safra de soja, superando a produção de 2017/18. E, pelo volume do milho já colhido, esperamos confirmar mais um grande resultado”, prevê Mandelli. “Esses são números expressivos, que indicam a consolidação da agricultura no oeste baiano, e isso se deve às condições climáticas favoráveis e o intenso investimentos em tecnologias e técnicas de manejo”, explica. Ele disse, ainda, que a safra de algodão também tem potencial para igualar ou superar, ligeiramente, o melhor ciclo registrado.
A soja continua alcançando números inéditos, levando, pelo segundo ano consecutivo, o Brasil ao posto de maior produtor mundial do grão. Desta vez, os campos cultivados com a oleaginosa somam 1,7 milhão de hectares, nos quais foram produzidas 6.834.000 toneladas. Com isso, a Bahia foi novamente a campeã nacional de produtividade, atingindo média de 67 sacas por hectare, superando o estado de Minas Gerais, que colheu 62,5 sacas/ha.
“O conjunto de fatores necessários para o bom andamento da produção funcionou muito bem, com apenas um curto período de estiagem entre dezembro e janeiro, o que não prejudicou o potencial de rendimento das lavouras. Os números do fechamento da soja, que apontam a produtividade de 67 sacas por hectare, confirmam a previsão feita pelo Conselho Técnico, em janeiro, durante o primeiro levantamento da safra”, lembrou o assessor de agronegócio da Aiba, Luiz Stahlke.
A produção de milho na temporada 2020/21, que está em andamento, deve superar os números do ano anterior, apresentando média de 180 sacas por hectare e volume final de 1,8 milhão de toneladas. Isso significa um aumento de 15,9% do total produzido e pouco mais de 9% de acréscimo na produtividade.
Em relação aos preços, a previsão é de que o milho continue valorizado devido às incertezas sobre o volume a ser produzido na segunda safra e o interesse do mercado interno aquecido. No início de abril, o produto estava cotado a R$73,75 e, atualmente, é comercializado a R$85,00 a saca (em 10/05). No caso da soja, a demanda no mercado externo fez com que o valor da saca disparasse, ficando acima de R$160,00.
Por outro lado, produtores estão preocupados com o clima, em várias regiões produtivas do Brasil, que pode impactar na produtividade média das lavouras de segunda safra de milho. Além disso, a elevação dos custos dos insumos mecânicos, minerais e biológicos, pode encarecer a produção no próximo ciclo, reduzindo a margem de lucro e aumentando o risco na atividade agropecuária.
Ascom Aiba
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